quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Madame Bovary - Resenha



Olá!

Ao terminar de ler o livro, (Madame Bovary - Gustave Flaubert), senti vontade de relatar um pouco do que entendi e aprendi com esta história tão bem escrita e detalhada. O livro é um romance publicado em 1857, onde o autor dá um destaque maior a personagem Emma: mulher bonita e sonhadora que foi criada no campo e que desenvolveu um gosto todo especial pela literatura... Encantada pelas tantas histórias românticas, ela imaginava, sonhava e desejava ter uma vida semelhante, ou seja, um amor igual ao que ela lia nos livros. Mas, como sabemos que na realidade do dia-a-dia as coisas não são bem assim como contam em livros, novelas e filmes, Emma, portanto, não se adaptou as mesmices do casamento e buscou outras alegrias através do adultério. E foi a partir daí que ela começou a decair: cada vez mais se endividava e se embrenhava no caminho das desilusões. As loucuras pelas paixões eram tantas que pouco ou quase nunca dava carinho a sua pequena e única filha, Berthe. Seu marido, Charles, o então médico apaixonado e muito passivo, jamais desconfiara do caráter de sua amada esposa. Emma, não era nem de longe uma mulher igual a que ele enxergava: era bonita, porém; fantasiosa, vaidosa, possessiva, mentirosa e "louquinha". Era o tipo de mulher egoísta que só pensava em satisfazer os seus próprios desejos que, para tanto, não se limitava em arranjar desculpas e conseguir meios de se encontrar com os amantes. Na época este livro foi censurado e o autor acusado de ofender a moral, a religião e os bons costumes. Até entendo que para a época o livro deve ter sido mesmo bem chocante, mas, se observarmos bem, o personagem Emma nos leva a refletir e reforçar aquilo que já sabemos: sem Deus a vida se torna monótona e vazia! Também entendo essa inquietação, essa ânsia, essa obstinação que Emma tinha em querer encontrar alguém que lhe falasse ao coração. Imagino que deve ser mesmo entediante conviver a vida toda com uma pessoa que em nada se tem afinidade, mas isto não justifica o modo como ela agiu para então, driblar a rotina e a falta de amor que sentia pelo marido. O adultério e a forma como ela deu fim a sua própria vida, me leva a refletir e concluir que, Emma, não só era imatura como também, fraca, em relação as armadilhas do "inimigo." Como eu disse acima: sem Deus a vida se torna vazia! Emma buscou em seus dois amantes um amor que eles não poderiam lhe dar. A princípio, quando Emma propôs a Rodolphe, o seu primeiro amante, a fugirem pra bem longe dali e viverem felizes sem ter que se esconder de ninguém, ele concordou. Mas, concordou somente para não a decepcioná-la enquanto estavam ali abraçados, pois, com o tempo Emma foi ficando cada vez mais obstinada pela ideia de fugirem e, quando tudo estava planejado, dia e horário marcado, ele simplesmente caiu fora, pois o que ela lhe propunha era arriscado demais. Rodolphe percebeu que não seria vantagem largar sua mordomia e sua liberdade para se aventurar pelo mundo a fora, correndo o risco de ficar sem dinheiro e sem a tranquilidade que tinha em sua confortável casa. E com Léon, o segundo amante, Emma também sentiu a dor da desilusão: tanto ela quanto Léon perceberam que o relacionamento estava ficando rotineiro e cansativo, mas, contudo, ela ainda tinha esperança e, entre lágrimas e murmúrios, cobrava do amante decisões que ele interiormente sabia que não poderia assumir. Com o tempo, as mentiras, as dívidas, a falta de crédito, e as cobranças das muitas promissórias que ela assinou, começou a pesar. Emma já não sabia mais o que fazer para esconder do marido tudo que ela havia "aprontado" e, em um momento de desespero, o medo de ser desmascarada foi tão grande que ela não viu outra saída, a não ser morrer. E foi assim, suicidando-se, que Emma deu fim a sua vida na terra: pensando ela que, com isto, estaria também dando fim as suas angustias, frustrações, desilusões, insatisfações e desespero. Sim, claro, não posso afirmar com toda a certeza que a alma de quem tira a sua própria vida continuará sofrendo em algum lugar na eternidade, mas, penso também que, tal alma, por conta deste desespero - de dar um fim a vida para fugir dos problemas que ela, a pessoa mesma os atraíram;  não irá de imediato, encontrar paz. Sabemos que Deus, tudo perdoa, quando O buscamos com sinceridade no coração. Quando de verdade pedimos perdão pelas nossas falhas, nossos erros, nossos pecados. Mas, porém; Emma se acovardou: fraquejou e caiu nas armadilhas das "delícias" da vida. Caiu no fogo desmedido das paixões, na insensatez da carne e nas malícias dos homens de alma aventureira. Percebo que, apesar deste livro ter sido escrito em tempos "antigos", observo a importância, isto é, o destaque que o autor deu para este lado emocional da mulher. Aqui, no caso da Emma, podemos dizer que ela se encaixa no quadro, "mulheres que amam demais". Se bem que, sinceramente, acho estranho relacionar determinados comportamentos ao amor: impetuosidade, obstinação, impaciência, possessividade, ciúmes excessivos, histerismo e as demais exaltações semelhantes as tais, a meu ver, isto não é sinal de amor, mas sim doença da alma... Penso que isto ocorre quando a pessoa fica muito cheia de si, e vazia de Deus! É isso aí... Vale a pena ler o livro e refletir sobre a vida o amor as paixões os relacionamentos e etc.


Neusa***