Olá!
Ao terminar de ler o livro, (Madame
Bovary - Gustave Flaubert), senti vontade de relatar um pouco do que entendi e
aprendi com esta história tão bem escrita e detalhada. O livro é um romance
publicado em 1857, onde o autor dá um destaque maior a personagem Emma: mulher
bonita e sonhadora que foi criada no campo e que desenvolveu um gosto todo
especial pela literatura... Encantada pelas tantas histórias românticas,
ela imaginava, sonhava e desejava ter uma vida semelhante, ou seja, um
amor igual ao que ela lia nos livros. Mas, como sabemos que na realidade do
dia-a-dia as coisas não são bem assim como contam em livros, novelas e filmes,
Emma, portanto, não se adaptou as mesmices do casamento e buscou outras
alegrias através do adultério. E foi a partir daí que ela
começou a decair: cada vez mais se endividava e se embrenhava no caminho das
desilusões. As loucuras pelas paixões eram tantas que pouco ou quase nunca dava
carinho a sua pequena e única filha, Berthe. Seu marido, Charles, o então
médico apaixonado e muito passivo, jamais desconfiara do caráter de sua amada
esposa. Emma, não era nem de longe uma mulher igual a que ele enxergava: era
bonita, porém; fantasiosa, vaidosa, possessiva, mentirosa e
"louquinha". Era o tipo de mulher egoísta que
só pensava em satisfazer os seus próprios desejos que, para tanto, não se
limitava em arranjar desculpas e conseguir meios de se encontrar com os
amantes. Na época este livro foi censurado e o autor acusado de ofender a
moral, a religião e os bons costumes. Até entendo que para a época o livro deve
ter sido mesmo bem chocante, mas, se observarmos bem, o personagem Emma nos
leva a refletir e reforçar aquilo que já sabemos: sem Deus a vida se
torna monótona e vazia! Também entendo essa inquietação, essa ânsia,
essa obstinação que Emma tinha em querer encontrar alguém que lhe
falasse ao coração. Imagino que deve ser mesmo entediante conviver a vida toda
com uma pessoa que em nada se tem afinidade, mas isto não justifica o modo como
ela agiu para então, driblar a rotina e a falta de amor que sentia pelo marido.
O adultério e a forma como ela deu fim a sua própria vida, me leva a
refletir e concluir que, Emma, não só era imatura como também, fraca, em
relação as armadilhas do "inimigo." Como eu disse acima: sem Deus a
vida se torna vazia! Emma buscou em seus dois amantes um amor que eles não
poderiam lhe dar. A princípio, quando Emma propôs a Rodolphe, o
seu primeiro amante, a fugirem pra bem longe dali e viverem felizes sem
ter que se esconder de ninguém, ele concordou. Mas, concordou somente para não
a decepcioná-la enquanto estavam ali abraçados, pois, com o tempo Emma foi
ficando cada vez mais obstinada pela ideia de fugirem e, quando tudo estava
planejado, dia e horário marcado, ele simplesmente caiu fora, pois o que ela lhe
propunha era arriscado demais. Rodolphe percebeu que não seria vantagem largar
sua mordomia e sua liberdade para se aventurar pelo mundo a fora, correndo o
risco de ficar sem dinheiro e sem a tranquilidade que tinha em sua confortável
casa. E com Léon, o segundo amante, Emma também sentiu a dor da desilusão: tanto ela quanto Léon perceberam que o relacionamento estava ficando rotineiro
e cansativo, mas, contudo, ela ainda tinha esperança e, entre lágrimas e murmúrios,
cobrava do amante decisões que ele interiormente sabia que não poderia assumir.
Com o tempo, as mentiras, as dívidas, a falta de crédito, e as cobranças das
muitas promissórias que ela assinou, começou a pesar. Emma já não
sabia mais o que fazer para esconder do marido tudo que ela havia "aprontado"
e, em um momento de desespero, o medo de ser desmascarada foi tão grande que
ela não viu outra saída, a não ser morrer. E foi assim, suicidando-se, que Emma
deu fim a sua vida na terra: pensando ela que, com isto, estaria também dando
fim as suas angustias, frustrações, desilusões, insatisfações e desespero. Sim,
claro, não posso afirmar com toda a certeza que a alma de quem tira a sua
própria vida continuará sofrendo em algum lugar na eternidade, mas, penso
também que, tal alma, por conta deste desespero - de dar um fim a vida para
fugir dos problemas que ela, a pessoa mesma os atraíram; não irá de
imediato, encontrar paz. Sabemos que Deus, tudo perdoa, quando O buscamos com
sinceridade no coração. Quando de verdade pedimos perdão pelas nossas falhas,
nossos erros, nossos pecados. Mas, porém; Emma se acovardou: fraquejou e caiu
nas armadilhas das "delícias" da vida. Caiu no fogo desmedido das paixões,
na insensatez da carne e nas malícias dos homens de alma aventureira. Percebo
que, apesar deste livro ter sido escrito em tempos "antigos", observo
a importância, isto é, o destaque que o autor deu para este lado emocional da
mulher. Aqui, no caso da Emma, podemos dizer que ela se encaixa no quadro,
"mulheres que amam demais". Se bem que, sinceramente, acho estranho
relacionar determinados comportamentos ao amor: impetuosidade, obstinação,
impaciência, possessividade, ciúmes excessivos, histerismo e as demais
exaltações semelhantes as tais, a meu ver, isto não é sinal de amor, mas sim
doença da alma... Penso que isto ocorre quando a pessoa fica muito cheia de si, e vazia de Deus! É isso aí... Vale a pena ler o livro e refletir sobre a vida o amor as paixões os relacionamentos e etc.
Neusa***