Olá!
Saúde á todos!!
... E aqui estou
mais uma vez para falar de coisas que sinto. Hoje 25 de Janeiro de 2012;
feriado: São Paulo (Cidade) completa 458 anos... E o Vale do Anhangabaú está em
festa: shows em comemoração ao aniversario desta linda acolhedora e amada
cidade. O meu amor por esta cidade começou em 1982. As emoções da minha chegada
á esta cidade ainda estão bem vivas dentro de mim. Dentre tantas eu destaco a
alegria do meu primeiro emprego e a tristeza em ter que morar longe da família
que tanto amo. São Paulo representa muito em minha vida: e tudo começou pela
Rua Vergueiro; que foi o meu primeiro endereço. Desta rua eu me recordo do dia
em que a minha tia precisou de um remédio, e eu toda encantada pela cidade
achei que seria fácil ir sozinha até a farmácia: e fui, mas, não consegui
atravessar a rua... rsrs
- Naquele dia o fluxo de veículos na avenida era
intenso, e eu recém chegada á cidade, não estava acostumada com aquele
movimento todo e, acredito eu que; o anjo do bem me intuiu a não seguir
enfrente: obedeci; voltei para casa e, sem muito rodeios, expliquei para a
minha tia o motivo pelo qual eu não havia comprado o remédio.
- Conclusão:
não dê um passo maior que a perna; pois o tombo pode lhe causar sérios
problemas, mas, também, não se intimide a ponto de não mais querer lutar pelas
coisas que tanto sonhastes, desejastes: pelas coisas que tanto queres, pois
se hoje não fostes capaz, amanhã; com calma e maior entendimento, chegarás ao
destino almejado.
- Então foi esta
a minha primeira dificuldade dentro desta cidade e, passando-se alguns meses lá
estava eu morando em um novo endereço: Rua Joana Castellan/Bairro Campo Grande.
E foi ai neste Bairro onde eu tive que enfrentar não só as avenidas
congestionadas por veículos, mas, também enfrentei os desafios do primeiro
emprego. Eu acordava às cinco horas da manhã, e o meu trajeto era: Joana
Castellan, Av. Washington Luiz, Nossa Senhora do Sabará e a Rua Manuel
Figueiredo Landim. Em minha memória há muitas recordações deste tempo, mas,
destaco uma cena que, também, creio eu, mais uma vez o anjo do bem estava
comigo. O caso foi o seguinte: todos os dias, ainda muito cedo e
"sozinha" eu saia para ir trabalhar. Na época eu tinha 20 anos
de idade e, fazia já uns dois anos que eu havia chegado á esta cidade. Para
chegar á empresa onde eu trabalhava, eu tinha só duas opções: caminhar pela Av.
Washington Luiz até chegar na Av. Nações Unidas, ou encurtar o caminho passando
por uma ruazinha estreita que começava logo ali na Nossa Senhora do Sabará. E
aconteceu que; certa vez fui surpreendida por um individuo que se encontrava
nesta rua estreita por onde eu passava todos os dias. Logo que adentrei a rua
senti e percebi algo estranho. A rua estava um tanto escura, pois ainda era
muito cedo, mas pude perceber que se travava de um homem rente a parede e de
costa pra rua. Logo conclui que o indivíduo deveria está urinando. O meu
coração disparou e, já com os passos diminuído me perguntei: devo continuar ou
voltar?! - Sem resposta e sem mais nenhuma pergunta; acelerei os passos e, vendo
que o tal indivíduo também havia acelerado os deles em minha direção; então
corri. A verdade é que, hoje, quando eu relembro aquela cena, fico em dúvida se
eu realmente corri, voei, ou fui arrebatada por um santo anjo protetor: pois a
carreira foi tão intensa que nem senti os pés pisarem o chão. E lá na frente,
bem longe, já bem perto da empresa onde eu trabalhava; com a respiração
ofegante, o coração aos pulos e as pernas trêmulas, olhei para trás e não mais
o vi.
- Conclusão:
Deus não abandona seus filhos; mas, vigiai e orai, pois nunca se sabe o que
vamos encontra pela frente.
- E então, esta
foi mais uma lição que aprendi pelas ruas de São Paulo, mas, continuei indo e
vindo por ali com mais cautela e por assim dizer; experiência. Passei a
frequentar o Shopping Center Sul em Santo Amaro. E era lá em uma livraria onde
eu comprava os livros que eu tanto gostava de ler. Aos poucos e
"sozinha" fui me desenvolvendo e então me apaixonando cada vez mais
pela cidade. Mudei de emprego e passei a trabalhar em uma empresa que ficava na
Av. Washington Luiz. A empresa ficava distante da rua onde eu morava; então
passei a ir de ônibus. E cada vez mais eu ia aprendendo e também me adaptando
as mudanças ocorridas na cidade. Alguns meses se passaram e foi ai que mais uma
vez tive que mudar de Bairro. Na época eu morava na casa da minha tia. Éramos
em quatro: minha tia, seus dois filhos e eu. - E aconteceu que desta vez
mudamos para uma casa próxima a Av. Raposo Tavares: foi ai que de verdade
percebi e senti o quanto eu gostava desta cidade, pois, foi também nesta época
em que tive que ser forte o bastante para não desistir de tudo que eu já havia
sonhado e aprendido até aquele momento, mas, confesso: fiquei bastante
apreensiva em relação às decisões e escolhas que eu teria que fazer dali para
frente: pois eu teria que procurar um outro lugar para morar. Minha tia
precisou novamente se mudar e, desta vez eu não pude acompanhá-la. Ela e
seus dois filhos mudaram-se do bairro e eu tive que dar um outro rumo a
minha vida.
- Depois de
muito pensar, lembrei de uma prima que morava em São Mateus/Zona Leste: fui
então visitá-la e aproveitei para lhe pedir abrigo. Uma semana depois lá estava
eu dentro de um ônibus: Viação Itapemirim; indo de encontro aquela que com
certeza me daria o que eu mais precisava naquele momento: colo, mimos e
conselhos. Já fazia cinco anos que eu não via a minha mãe e, quando a minha
prima muito gentil e sincera, abriu o jogo comigo, dizendo que a situação dela
não estava lá essas coisas, que ela também estava passando por algumas
aprovações; eu logo imaginei que a minha estada ali em São Mateus, não poderia
passar de um á dois meses: isto me levou a pensar que mais uma vez eu teria que
encontrar um outro bairro, uma outra rua, um outro lugar para morar em São Paulo.
Foi ai que a minha prima mencionou o Bairro da Liberdade/Centro da cidade.
- E disse
ela: - Prima, a tia do meu marido mora em uma kithenette e está precisando de
alguém para dividir o aluguel; se você quiser, posso te acompanhar e te
apresentar pra ela. - Eu então, já mais animadinha, pois, se a pessoa era tia
do marido dela, de certo modo eu não estaria totalmente entre estranhos, mas,
antes da mudança de bairro eu me decidi ir ter com a minha mãe. Eu então disse
para a minha prima que gostaria sim de conhecer a tal senhora tia do marido
dela, mas, que antes disso eu iria fazer uma viagem. E aconteceu que, já no dia
seguinte eu pedi licença de uma semana na empresa e fui ao encontro do abraço
mais forte, acolhedor e apaziguante que eu tanto precisava. E vejam aqui uma
declaração verdadeira de como não podemos fugir dos nossos destinos: pois,
passando-se três dias na casa da minha mãe; eu que havia sido acolhida com
amor, carinho e atenção de todos; tive que ser forte ao ponto de endurecer o
coração para não me deixar vencer pelos beijos, abraços e lágrimas da minha
mãe, pedindo para eu ficar. Mas, como diz a frase: o coração tem razões que a
própria razão desconhece, eu então parti. Voltei para a cidade de São Paulo com
muita saudade no coração, mas também com, determinação, coragem e muita Fé em
Deus. E então, agradeci a minha prima pelos dias que passei em sua casa e segui
em frente. Passei a dividir a kithenette com a dona Zefinha na Rua da
Gloria/Bairro da Liberdade. A Kitchenette era pequena, mas, o nome Gloria e
Liberdade me encantaram. E a partir daí o meu amor pela cidade só aumentou. Eu
percebi que ali, no centro da cidade, as oportunidades de emprego eram bem mais
acessíveis: vi que lojas, lanchonetes, restaurantes e outros tantos pontos
comerciais; eram ali um bem próximo do outro. E com certeza mais uma vez o
anjo do bem me inspirou a pensar que os cuidados por ali deveriam ser
redobrados: com este entendimento e com sede de mudanças, fui a luta.
- Fiz um
cursinho básico de informática, mudei de emprego e, com a Graça de Deus a minha
vida dentro desta cidade começou a melhorar. Dona Zefinha, a senhora com quem
eu dividia o aluguel da Kitchenette, era muito trabalhadora. Além do seu
emprego registrado: nos finais de semana e feriados ela saia logo cedo de casa
arrastando um carrinho desses de ir á feira. O carrinho abarrotado de
"coisas" para serem vendidas na Praça da Sé. E enfrente a um ponto de
ônibus ela expunha suas mercadorias: água, suco, café, bolo, pipocas,
salgadinhos, refrigerantes, fichas telefônica, brinquedos, e demais "coisas" comestível e etc. E então, por conta disso, agente ficava pouco tempo juntas.
Foi ai que eu também me decidi fazer um "bico" nos finais de semanas:
na época as ofertas de emprego dentro da cidade de São Paulo, eram bem mais
abundantes do que hoje, e então, não precisei ir muito longe: ali mesmo no
bairro da Liberdade, rua Galvão Bueno, no Hospital Bandeirantes; comecei a
fazer o tal bico: telefonista PABX, sábados, domingos, e feriados, das 7:00 as
18:00 hrs. Era cansativo, pois, na segunda-feira cedinho eu tinha que está de
pé para ir trabalhar no outro emprego, mas ainda assim, eu consegui ficar
um tempinho lá e, foi Graças á Deus e a esta experiência que obtive neste
"bico" que eu consegui o meu emprego atual.
- E ainda me
recordo as emoções que senti no dia em que eu cheguei a empresa onde atualmente
eu trabalho: o senhor do departamento pessoal, diga-se de passagem ( um
senhorzinho simpático e muito querido pelos colegas de trabalho ) abriu a minha
carteira de trabalho e disse: aqui consta que você trabalhou de recepcionista,
mas, você entende de PABX? - Nesta hora os anjos do Céu devem ter me abanado,
pois com certeza eu estava de bochechas bem rosadas... rsrs
- Respondi-o. Tenho
sim: trabalhei no Hospital Bandeirantes. Não tenho registro em carteira porque
era apenas um "bico" que eu fazia nos finais de semanas e feriados.
- Ele me olhou
por cima dos óculos, mas eu senti que, dele, daquele senhorzinho que me olhava
com um ar de sinceridade só podia vir coisa boa. Com um sorrisinho estreito e
ainda me olhando, ele disse: sabe datilografar? - SEI SIM! - Respondi
alegremente: pois, datilografar era algo que eu fazia com muito gosto. Isso
porque eu havia aprendido a datilografar em um curso que eu me matriculei logo
quando eu consegui o meu primeiro emprego nesta cidade. E lembro também com
emoção como foi este dia: o dia em que eu pela primeira vez pousei os meus
dedos sobre as teclas de uma maquina de datilografia. Ah, que alegria! Na época
eu ainda trabalhava na parte de produção da fabrica e, foi ai que eu pensando
em um dia poder mudar de setor, me matriculei no curso de datilografia. E né
que deu certo! - Alguns meses depois fui promovida: passei de auxiliar de
tecelagem, para recepcionista. - E então, voltando ao assunto do meu atual
emprego; ele, o senhor que estava me entrevistando, me fez mais algumas
perguntas e, finalmente me pediu os documentos necessários para fazer o
registro. E estando já tudo certo, assumi o cargo de telefonista, período da
tarde. Empresa localizada no Bairro Bela Vista. E aconteceu que, mesmo eu não
tendo nascido aqui nesta cidade, com o passar do tempo eu fui cada vez mais me
apegando e, de certa forma, sentindo como se ela fosse uma "mãe"
querida que havia me adotado por ser isso, determinação do destino. E então,
dentre tantos outros bairros e ruas por onde eu passei nesta encantadora e
acolhedora cidade, destaco aqui também, a Av. Imirim/Zona Norte: por onde passo
há mais de 20 anos para ir trabalhar. São Paulo é uma cidade que, apesar dos
contratempos: transito cheio, alagamento e demais problemas; ainda assim, é a
cidade preferida de muita gente. Onde se ver uma mistura de raça, religiões,
cores e etc. É aqui também que se encontra uma grande variedade em
restaurantes, lanchonetes, bares, lojas, cinemas, teatros, danceterias,
shoppings, parques, escolas e, enfim, é uma cidade de muitas opções: muita
gente; muitas escolhas, muitos caminhos. Aqui eu aprendi muito. Entre risos e
lágrimas eu aprendi, sobretudo a ser "forte" e não desistir de buscar algumas
coisas que eu tanto almejava e, eu sentia que ir embora desta
cidade sem antes conquistar alguns sonhos era como se eu estivesse desistindo
de mim; mas confesso: não foram poucas às vezes em que a noite eu debrucei
sobre a janela e, contemplando os altos e imponentes prédios desta cidade, desejei
rever "um outro Céu", outras casas, outras pessoas e outras
paisagens. Não foram poucas às vezes em que fiquei sentada em um banco da Praça
da Liberdade, observando as pessoas e os pombos que, ora bicavam
o chão e ora alçavam pequenos vôos. Os pombos já estavam acostumados com o
movimento ali próximo a estação do metrô: eles bicavam, bicavam e
bicavam o chão. Quando acontecia de alguém involuntariamente pisar mais próximo
deles, eles então alçavam pequenos vôos, mas, ficavam sempre por ali: bicando o
chão sem nenhuma preocupação com o amanhã. E eu que não sou pomba, mas, gosto
de voar através do pensamento; ficava ali observando as coisas e imaginando outras coisas para o meu dia de amanhã. Não foram poucas às vezes em que eu desejei debruçar sobre a
janela da casa da minha mãe: contemplar o Céu estrelado e, no meio da noite,
embaixo de um singelo cobertor, adormecer ao som dos grilos cantantes do
sertão. Mas, como eu já mencionei acima: na época, ir embora desta cidade,
seria como desistir dos meus sonhos; desistir de mim: pois eu sabia que na casa
da minha mãe eu ia encontrar amor e carinho, mas, as minhas chances em relação
a emprego seriam infelizmente nenhuma e, como sabemos, sem estudo e sem emprego
a realização de alguns sonhos ficam cada vez mais distante, mas, como dizem por
ai: "Deus ajuda a quem cedo madruga." Eu não só tive que madrugar,
mas, também, abrir mão de muitas coisas e, sobretudo, perseverar: pois não
basta só sonhar; é preciso ir a luta com fé e coragem. E então, como a homenageada
aqui é esta cidade linda e querida por mim e por muitos; devo agradecer
primeiramente á Deus e dizer: Parabéns São Paulo! Que a Paz de Deus penetre nos
corações de todos que aqui habitam. Que todos sejam renovados no amor de Cristo
Jesus... Amém! - I LOVE YOU SÃO PAULO!!
*** Neusa Leon